Trago hoje a trajetória da @concurseirabel, aprovada no TJAL, MPRS e TJSP 189! A jornada da @concurseirabel é muito interessante para percebermos como a rota sonhada às vezes não é a rota ideal; tivesse sido aprovada no TRF, não teria experiência com a magistratura estadual, que se tornou a carreira desejada; tivesse tomado posse no TJAL, talvez não tivesse o mesmo rendimento que obteve no TJSP e MPRS. E assim sucessivamente. O que compete a nós? Resiliência. Parabéns, @concurseirabel! Muito sucesso no TJSP!
O desejo de ser Juíza nasceu em mim quando tinha cerca de 12 anos quando meu avô me disse que eu tinha o perfil de magistrada. Ninguém na minha família é ou foi do Direito, mas ali eu decidi o caminho que queria traçar.
Conclui a faculdade de Direito na PUC/RS em janeiro de 2013 e decidi que iria advogar até concluir a minha outra faculdade em andamento (Letras-Inglês) para só então me dedicar ao concurso público.
Assim, em agosto de 2015 saí do escritório onde trabalhava para fazer uma Pós-Graduação em Direito Público, que também era um preparatório para concurso público de juiz federal (que era meu objetivo inicial).
Comecei os estudos através de doutrina, pois sempre preferir ler a assistir aulas on-line (algo estritamente pessoal). Lia e resumia no computador a doutrina, pois sou do tipo que precisa sempre escrever para gravar. Com cerca de um ano de estudos fiz o TRF3, TRF4 e MPF, tendo ficado longe do corte por cerca de 5 pontos.
Percebi analisando as provas que precisava focar em lei seca. Como não gostava da ideia de ter que “decorar” a lei e sempre gostei de fazer resumos, optei por fazer “esquemas” de lei seca: lia toda a lei e depois escrevia num papel na ordem que fizesse mais sentido na minha cabeça a lei adicionando jurisprudência. Cerca de 10 dias antes do TRF2 (2017) revisei todos esses esquemas e logrei minha primeira aprovação em prova de magistratura.
Ai percebi que este esquema funcionava para mim: já tinha criado a “base” com a doutrina e passei a fazer esquemas da lei seca, questões e lia os informativos e nos sábados treinava sentenças e discursivas. Passe na 1 fase do TJSP e TRF5 (2017), TJRS, TRF3, TRF2 (2018). (durante 2018 trabalhando em um escritório de advocacia). Na época queria muito passar no TRF3 e fui aprovada nas discursivas e sentença penal, rodando por 0,6 na sentença civil.
Como qualquer um, fiquei arrasada e passei a questionar meus métodos. Comprei um cursinho e passei um ano quase assistindo video aula. Hoje vejo que foi muito pouco produtivo para mim, mas logrei aprovação na objetiva do TJAL em 2019 (trabalhava como professora de inglês).
Em 2020 uma reviravolta: comecei a assessorar uma querida amiga no TJPR. O dia a dia da Justiça Estadual me cativou e decidi que iria focar meus estudos na Justiça Estadual (para saber os motivos tem fiz um post sobre isso). Antes disso somente fazia provas estaduais no TJRS (onde morava) e TJSP (onde meu noivo morava)(TJAL foi uma decisão espontânea que deu certo!).
A decisão veio em bom tempo: maio de 2020 soube que estava aprovada para a oral do TJAL.
A etapa dissertativa sempre foi minha maior dificuldade. Hoje pensando sobre o assunto acho que é porque eu era muito objetiva. Escrevia exatamente o que me pediam. Nem mais nem menos. E nessa etapa e na oral há muito subjetivismo, então mostrar para seu examinador conhecimento é imprescindível, mesmo que não seja exatamente o que ele te perguntou.
A etapa oral foi a mais desafiadora mentalmente, mas também a que eu mais consegui demonstrar conhecimento. Depois que entendi (com a ajuda do Júlio!) que ninguém sabe tudo, que está tudo bem não saber alguma pergunta e que a resposta não precisa ser perfeita, passei a me preparar de uma forma um pouco mais leve para os exames orais.
Em 2021 fui aprovada no TJAL, mas até o momento sem ser nomeada. Segui fazendo a 2 fase do TJPR, MPRS e TJSP e em 2022 fui aprovada no MPRS e TJSP (onde vou ficar).
Qual o segredo? Resiliência. Acreditar que Deus tem planos para você, fazer a sua parte e confiar. Imagina se tivesse passado lá no TRF3 quando eu queria tanto? Não me descobriria na Justiça Estadual. Imagina se fosse nomeada logo de cara no TJAL? Talvez não tivesse a disciplina de continuar estudando para chegar ao meu sonho no TJSP.
É só ler o depoimento de mais três aprovados aqui no perfil do Júlio que você verá histórias e caminhos diferentes que levam ao mesmo resultado. Pessoas que trabalharam e estudaram, que só estudaram, com filhos, sem filhos. A única coisa comum? Resiliência.
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