Trago hoje a trajetória de Luciana Paim (@lupaimmachado), aprovada para juíza do TJBA (seu Estado)! A trajetória da Luciana tem as marcas de uma mulher muito guerreira: decidiu estudar para a magistratura em 2015 (com 34 anos), foi aprovada em 2020 após 15 anos da formatura, conciliou a prova inteira do TJBA com a maternidade...! Com toda a humanidade do mundo a Luciana demonstra que a síndrome do impostor estava lá presente, incomodando... mas, com muita paciência e persistência, Luciana chegou lá! Parabéns, Luciana! Sua história motiva e inspira: negra, mãe, conciliando mil coisas... obteve a aprovação! Achou a sua prova, no lugar certo e no tempo certo! O lugar em que você queria e merece estar!
Olá pessoal! Espero que estejam bem!
Desde que passei a seguir o IG do professor Júlio, tenho sido inspirada pelos depoimentos que por aqui passaram, ficando muito feliz com o convite.
Tenho 15 anos de formada e sou técnica judiciária do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia há 13 anos. Exerci a função de Diretora de Secretaria por 03 anos e há 07 atuo como Assessora de Juiz.
Nos primeiros 10 anos após a formatura, estudava, aleatoriamente, sempre modificando o foco. Já estudei para analista do TRT, TRE/TSE, TRF, MPU, INSS, procuradorias municipais e estaduais...hoje vejo quão errada fui nesse período. Passei em diversos concursos, porém, por óbvio, sempre fora do número de vagas.
No ano de 2015, já com 34 anos, percebi a necessidade de um estudo a longo prazo, deixando a ideia de estudar para determinado concurso sempre que a sua autorização – ou até mesmo o seu edital – era publicada. Imprescindível, portanto, o foco na carreira que gostaria de exercer pelos próximos anos da minha vida, sempre com felicidade e dedicação. Eis que em minha mente só me enxergava como MAGISTRADA ESTADUAL.
Com a minha experiência em provas objetivas sabia a necessidade de intensificar o estudo da letra da lei e a resolução de questões, porém sem esquecer jurisprudência (especialmente se fosse CESPE) e um pouco da doutrina.
Nessa época, durante a semana, estudava cerca de cinco a seis horas em horários bem atípicos (das 04h às 08h e das 20h às 21h ou das 20h às 02h), tendo em vista que trabalhava 08h por dia. Nos finais de semana, geralmente, estudava aos sábados até em torno das 18h e aos domingos pela manhã. Sábado eu revisava o que vi durante a semana e domingo resolvia questões.
Minha primeira aprovação em objetivas de magistratura foi no TJRS, no ano de 2015, porém perdi na segunda fase por 0,2. Foi muito doloroso perder por tão pouco e levei cerca de 02 meses para me recuperar.
Após a minha primeira aprovação em objetivas, perdi em algumas mais - quase sempre por pouco do corte. A partir de 2017, ou seja, após 02 anos de estudo focado na magistratura estadual, consolidei as minhas aprovações em primeira fase, passando em todas que fiz, porém, perdendo em todas as discursivas.
Realmente, o foco do estudo de discursivas é totalmente diverso! Agora a minha maior dificuldade era humanística. Iniciei com os livros de linguagem mais simplificada e fiz dois cursos específicos. Aos poucos fui me aprofundando no estudo de filosofia e sociologia. Quanto as demais matérias, diante do meu tempo exíguo, tentava ser o mais objetiva possível: usava o resumo dos grupos do WhatsApp (grupos com o objetivo de resumir as matérias de acordo com o cargo almejado), buscando os livros somente nos pontos que necessitava. Jurisprudência, seguia firme com o Dizer o Direito, indo diretamente ao julgado quando verificava o seu potencial para cobrança de questões.
Foram muitas derrotas nas discursivas! Algumas perdia por décimos, outras por muito mais. Foi nessa época que percebi o quanto a velha expressão concurseira de que “cada prova é uma” é totalmente válida! Não basta apenas o estudo, precisa ser a SUA PROVA! Claro, quanto mais estudamos, mais ampliamos a nossa “sorte” e maior a possibilidade daquela prova ser a nossa!
No meio desse percurso, no segundo semestre de 2017, eu engravidei e meu filho nasceu em junho de 2018! Quando grávida e com o nascimento de João, obviamente, diminuí a quantidade de provas (era difícil viajar) e o estudo. Entre as angústias e inseguranças da época (inclusive sobre a minha continuidade nos estudos) o edital do TJBA saiu! Meu filho tinha apenas 03 meses de vida!
Voltei a estudar, num ritmo mais lento, em outubro de 2018 (meu filho estava com 04 meses). Foi difícil, cansativo e o tempo era muito mais curto. Nesse momento, intensifiquei a minha fé e minha autoestima, buscando confiar em todos os anos de estudo, afinal, conhecimento é sedimentação!
Constância e estabilidade é tudo que um concurseiro mais sonha, mas era o que eu não tinha! Um bebê, com seus inúmeros saltos de crescimento e intensos cuidados, dificulta um pouco a programação de horário de estudo, mas segui em frente me desconstruindo como concurseira e passando a aproveitar todos os momentos que podia nos estudos, sequer sabendo precisar quantas horas por dia eu conseguia estudar naquela época.
Inexplicavelmente, fui sendo aprovada em cada fase do concurso do TJBA até chegar na prova oral! Algumas provas tirei apenas o necessário para passar, em outras, me saí melhor, mas, diante das minhas condições de tempo para estudo, para mim, seis correspondiam a um verdadeiro DEZ!
Enfim, a tão sonhada (e temida!) prova oral! A fase que, sem sombra de dúvidas, mais me exauriu e exigiu psicologicamente! Necessário controlar a ansiedade! A boa e velha sensação da tal síndrome do impostor me revisitava com constância (sim, ela realmente existe!).
Nesse momento recorri a terapia, técnicas de respiração, aos amigos concurseiros e a fé!
Como meu tempo de estudo sempre foi curto, busquei otimizar meus métodos de estudo para a prova oral, estudando e conhecendo a sua dinâmica e realizei cursos preparatórios específicos
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O estudo para aprova oral é exaustivo. Há uma tentativa, incessante, de buscar possíveis questões da simpatia da banca, análise de provas anteriores e do seu modus operandi. Estudo fundamental de jurisprudência e conceitos básicos. Novamente, a reunião de concurseiros para a confecção de material de estudo fora fundamental!
Agradecimento especial ao professor Júlio César que me salvou do “sufoco” , ensinando as técnicas de oratória necessárias, com assertividade e muitaaa paciência!
É normal cair, sentir-se triste ou incapaz de continuar – especialmente aqueles que possuem uma rotina com muitos afazeres como a minha! Porém, se eu cheguei você também poderá chegar!
Espero que com o meu relato possa trazer alento e esperança para aqueles que se encontram ainda no começo ou no meio dessa jornada concurseira e apenas conseguem enxergar as pedras do caminho! Aprecie o caminho! Seja leve, faça amigos e acredite! Alimente os seus sonhos com positividade e fé! Apenas siga e seja muito feliz! Boa sorte, amigos queridos!
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