Antigamente a aprovação na prova oral significava a garantia de nomeação, porque a prova oral tendia a ser meramente homologatória. Nos últimos anos, porém, o que tem se verificado é que, por dificuldades orçamentárias e/ou pelo fato de existirem muitos aprovados, nem todos são nomeados. Instituições que tradicionalmente davam posse de imediato e a todos têm demorado e fatiado o grupo de nomeados, tanto que é comum a criação de "Comissões de Aprovados", que, de forma mais organizada, consolidam ações em prol da nomeação.
Ao parar de estudar, fica bem difícil de retomar: a lei e jurisprudência mudam muito. E a memória afiada, aos poucos, começa a virar um grande queijo-suíço. Claro que é possível retomar, mas, à medida que o tempo passa (semestres e anos), fica mais difícil de obter o nível de competitividade. Então, parar ANTES da posse NÃO é, em definitivo, algo aconselhável, salvo quando há certeza absoluta da nomeação em data próxima!
APÓS tomar posse na carreira sonhada (juiz, por ex.), muitos ainda têm o dilema se continuam a estudar, por diversos motivos, dentre os quais a busca pela carreira sonhada e a proximidade da família. Além disso, não podemos ignorar que o Brasil é um país com profundas desigualdades sociais, de maneira que os rincões do país têm comarcas bem pequenas e com péssima infraestrutura (da cidade, estradas e aeroportos distantes). É importante pensar em todas essas variáveis antes de tomar a decisão de parar de competir.
Conheço pessoas que, uma vez empossadas, seguraram as pontas por alguns meses à espera do edital para a mesma carreira no seu Estado e conseguiram aprovação. Ou também para serem aprovadas em Estado com melhor infraestrutura.
Enfim, a decisão é bem pessoal. Destaco, todavia, que não é boa conselheira a romantização ("se passar, vou para qualquer lugar!"), porque nasce muito da vontade de terminar a jornada de concurseiro, que dura alguns anos. A carreira vai te acompanhar, por outro lado, por décadas. Não vale a pena, no calor do momento, desperdiçar o alto nível de competitividade tão-somente pela vontade imediata, embora compreensível, de descansar.
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