Trago hoje a trajetória de Gabriela Arenhart, promotora do MPSC. A jornada da Gabriela é bem interessante, em especial porque aprendeu aos poucos que não ter controle de tudo faz parte dos concursos e da vida. Após ser reprovada no concurso que tanto sonhava, inscreveu-se no concurso com uma das provas mais difíceis do MPSC e, mesmo sem acreditar, acabou passando, obtendo, inclusive, o 1º lugar da prova oral! A vida às vezes nos conduz para lugares inimagináveis. E foi assim, ao sabor da vida, que Gabriela acabou se encontrando na nova carreira. Como ela bem disse, "a mais difícil lição (de vida) que tirei do mundo dos concursos: aceite que você não tem o controle de tudo. Quanto antes isso acontecer para você, melhor será para sua saúde mental e, acredito, para o seu desempenho nas provas". Parabéns, Gabriela! Sucesso na nova carreira!
Fui aprovada no 41º concurso do MPSC e espero que esse depoimento auxilie alguém de alguma forma!
De tantas coisas que podem ser ditas àqueles que buscam a aprovação, escolhi apenas uma. Aquela que para mim foi (e é!) a mais difícil lição (de vida) que tirei do mundo dos concursos: aceite que você não tem o controle de tudo. Quanto antes isso acontecer para você, melhor será para sua saúde mental e, acredito, para o seu desempenho nas provas. Digo isso como alguém que ainda está incorporando essa lição!
Você pode, sim, acordar todos os dias e estudar, dar o seu máximo a cada etapa. Você também pode/deve ter um foco de concurso. Mas, ainda assim, pode ser que a vida te leve para um caminho diverso daquele que você havia planejado.
Vou exemplificar com a minha trajetória.
Após cerca de três anos e meio de estudo, no início de 2019 decidi sair do meu trabalho como assessora jurídica do TJSC, pois havia aberto o edital para a magistratura catarinense, concurso que era meu objetivo. Aprovada na primeira fase com 89 pontos, dediquei-me ao máximo para a segunda etapa, mergulhei de cabeça. Nas discursivas, transcrevi uma resposta errada no gabarito. Não conseguia entender a razão disso. Fiquei inconformada. Reprovei por 0,1.
Duas semanas depois da aplicação da prova do TJSC fiz a objetiva do MPSC, sem maiores pretensões, pois sabia da dificuldade do concurso e da minha ausência de “especialização” naquele edital tão detalhado. Apesar disso, avancei para a segunda etapa. Em uma luta interna para me convencer de que merecia estar ali, refiz provas anteriores e treinei muito - porém, de uma forma mais leve, sem pressão, pois não achava que tinha chances de passar.
Após ter feito uma das provas mais difíceis dos últimos anos, o resultado: eu era uma dos 13 aprovados para a prova oral.
Ali, tão próxima da aprovação, comecei a perceber que o caminho que eu havia imaginado e desenhado para mim, por alguma razão, não era o que eu deveria seguir. E também aceitei que mudar de ideia faz parte da vida. Não por desistência ou fraqueza, mas por novas perspectivas e novos sonhos, agora visualizados numa outra carreira.
Mas, como disse, aceitar que não temos controle de tudo é uma lição não só para a aprovação, mas para a vida. Isso porque depois da prova oral eclodiu a pandemia do coronavirus. E o momento que tanto imaginei nos últimos anos, a posse, aconteceu de forma diferente: sem convidados, sem abraços. Mas com muita alegria.
Minha mensagem, portanto, é: tenha foco, mas flexibilidade; tenha objetivos, mas não deixe de olhar para os lados; tenha controle do que puder e, do resto, acredite: a vida se encaminha para o melhor.
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