Mencionei no post anterior o grande desafio de quem “só” se dedica ao estudo quanto ao TÉDIO, já que os dias TENDEM a ser iguais, passivos e com fartura de tempo (sem o gatilho da escassez para dar maior valor a ele). Apontei também que o estudo ativo pode diminuir o tédio, facilitando a absorção da informação. Hoje destaco outra possibilidade de ação: o ato de assumir o estudo como trabalho, com horas certas e com a colocação de roupa adequada para se apresentar socialmente.
Nesse ponto entra o crescente êxito de salas de estudo, que replicam locais muitas vezes gratuitos, como algumas bibliotecas. No caso da sala de estudo, cria-se convivência com pessoas que vivenciam a mesma situação (o que pode diminuir a ansiedade e criar motivação mútua), fabrica-se uma rotina (com horário, a princípio, mais claro) e habitua-se a arrumar para o local. O ambiente de trabalho tem convivência com outros pessoas, horário normalmente rígido e pessoas que se apresentam com vestimentas adequadas. Tudo isso cria expectativas normativas de que DEVE estar ali todos os dias e executar o seu papel, INdependente de ser um dia bom ou ruim. E, claro, o dispêndio financeiro (no caso das salas de estudo) funciona como outro indutor ("paguei e não jogo dinheiro fora").
Eu nunca estudei em salas de estudo, mas sei de muitas pessoas que gostam. As bibliotecas, porém, tendem a ser ignoradas, mas são um bom caminho. Estudei bastante na biblioteca do TJES pela manha (onde era assessor de desembargador) antes do início do expediente de gabinete, às 12h. Outra forma de ampliar a eficiência em casa é o ato de arrumar-se para isso, porque a utilização constante de pijama PODE criar o gatilho-associação de dormir ou descansar.
Em todo caso, é importante não se deixar dominar pelo tédio e ter válvula de escape. O tempo é um bem escasso, assim como a vida. Ao jogar tempo fora, gasta-se vida! Vale muito a pena lutar para executar bem não apenas o que gostamos, mas também aquilo de que precisamos/desejamos!
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