Algo extremamente polêmico e pessoal é se vale a pena ou não assumir o compromisso público de estudar. Para alguns, isso pode criar uma maior noção de responsabilidade, já que fomentar uma narrativa social que espera a conclusão da jornada (e aí... já passou?!). Para outros, isso cria ansiedade e pode prejudicar, tanto que não são poucas as pessoas que estudam silenciosamente.
A Abby, juíza federal do TRF-2, ex juíza do TJRS e aprovada no TJSP 187, disse certa vez que, expondo, em minúcias, seus recentes aprendizados, é possível neutralizar a pessoa que apenas age para incomodar. Afinal, ao explicar detalhes do informativo recentemente estudado, a pessoa chata sairá de perto. Pessoas negativas não convivem bem com quem tem orgulho do ato de estudar e aprender.
O principal efeito positivo do compromisso público é criar uma rede de apoio informal, ou seja, começamos a conhecer mais pessoas, a fazer amigos e a trocar ideias. Você pode não saber muito de direito tributário, mas seu amigo, cujo foco é procuradoria, pode te ajudar com um resumo da Lei de Execução Fiscal e seus principais julgados. A invisibilidade, por outro lado, dificulta muito, porque só por adivinhação a pessoa poderia te ajudar.
Claro que devemos ter cautela com nossos relacionamentos. Há, evidentemente, pessoas invejosas, para as quais o insucesso alheio é motivo de felicidade. Elas são facilmente identificáveis: surgem em contextos específicos, normalmente após reprovações e tentam minar a confiança. Com o sucesso, desaparecem rapidamente, evitando até o ato de dar parabéns, e/ou surgem para colher parcela dos seus frutos.
Eu, particularmente, nunca escondi que estudava. E sempre fui bem sincero sobre andamentos e expectativas quanto aos concursos. Discutia as provas e aprendi bastante com a experiência alheia, assim como acho que pude ajudar algumas pessoas na jornada. Sempre parti da premissa que o sentimento competitivo demais, se não dosado, mais atrapalha do que ajuda. No entanto, não é algo "maximizavel", pois, por ex., determinados chefes interpretam que estudar é sinal de desprezo do local atual.
Assim, penso que o tema deve ser sempre ponderado à luz da sua situação pessoal.
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