O mercado de concursos vive uma constante modificação e é possível identificar claramente 3 fases: (i) em meados da década de 90 se verificou a publicação de LIVROS ESPECÍFICOS para concursos, os quais deixavam em segundo plano posições críticas e minoritárias; (ii) nos anos 2000, houve a era de CURSINHOS (inicialmente presenciais, depois online), replicando o que já existia para o vestibular; (iii) na última década se concretizou a DIVISIBILIDADE, ocasião em que perdeu sentido falar que 1º lugar adveio de certo curso, afinal, lê-se livro em uma matéria, assiste-se a vídeo em outra... com fornecedores DIVERSOS.
A 4ª fase, ainda difusa, é a onda da INDIVIDUALIZAÇÃO, ou seja, de algo que se adeque ao estudante, diferente do que ocorria na 2ª onda. Hoje o cardápio de serviços individualizados pode ser sintetizado em COACHING, MENTORIA e WORKSHOP.
O COACHING ainda não tem regulamentação estatal, com conselho de profissão e sanções para inescrupulosos. Em tese, é serviço que consiste na liberação do potencial interno por fator externo. Não é uma prática ainda científica (com experimentos maximizáveis) e tende, grosso modo, a ser uma colcha de retalhos, com elementos INSPIRADOS na psicologia positiva (“acredite em você!”) e mesclados com modelos de eficiência (cronogramas e metas), comuns no esporte. Diferentemente da psicologia, não ataca a causa de SUPOSIÇÕES NEGATIVAS (“não acredito que vou passar...”), porque tende a flertar com o futuro, não passado.
O MENTOR, por sua vez, é alguém que necessariamente já passou por aquele caminho e fornece atalhos, como o advogado sênior responsável por orientar o advogado novato, suprindo-lhe o aporte prático que lhe falta: com quem falar, como redigir e negociar, etc.
Por fim, o WORKSHOP é o trabalho de um professor que fornece uma habilidade específica, como curso para a prova oral, com confluência entre teoria e prática.
Embora as fronteiras não sejam rígidas AINDA HOJE, a individualização é algo bem antigo. Aristóteles orientou Alexandre, O Grande; José Bonifácio, D. Pedro II. Os problemas principais, porém, são: (i) se é realmente individual; (ii) e se quem ministra tem aptidão pedagógico-técnica para tanto.
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