Após a divulgação do resultado da prova subjetiva, é muito comum a criação de grupos de whatsapp entre aprovados para compartilhar informações sobre a prova, inscrição definitiva e organizar treinos presenciais ou por Skype.
Os treinos, como já falei no post anterior sobre o desconforto da VISIBILIDADE, ajudam muito, INCLUSIVE para verificar que os demais colegas estão no mesmo barco. Ninguém cai de paraquedas na prova oral! Por ex., a pergunta sobre as funções da boa-fé é fácil para todo mundo, enquanto a pergunta sobre lei de S.A./ação revocatória falimentar incomoda, no conteúdo, “praticamente” todo mundo. Falo “praticamente” porque um ou outro candidato terá uma profundidade maior, mas SEMPRE será APENAS em alguns pontos e essa “expertise isolada” NÃO será o termômetro da banca para aprovar/reprovar.
Quanto aos treinos, é interessante simular a prova no tempo em que ela será realizada. Se a prova estimada é de 50 minutos, melhor treinar um dia por 50 minutos do que 2 dias por 25 minutos. Isso porque o fator cansaço/desatenção IMPACTA a prova. A oscilação de concentração é bem comum diante (i) do abalo com o erro anterior, (ii) da indiferença constante do examinador por longo tempo, (iii) da insistência em tema fora da zona de conforto e (iv) do próprio cansaço. Aqui vale a metáfora: de nada adianta ter um time de futebol profundamente competitivo, mas que só tem fôlego para 20 minutos.
Outras cautelas dos treinos são: (i) variar os interlocutores, porque o frio na barriga de enfrentar e se expor perante o desconhecido faz parte da prova oral; (ii) oscilar o estilo de perguntas, já que é muito comum, nos treinos, a realização de pergunta binária (cabe/não cabe; incide/não incide), ao invés de perguntas não binárias (como/quais) e críticas (exigindo exposição do candidato enquanto jurista). A pergunta sobre se “cabe a insignificância em crimes envolvendo violência doméstica” é BEM mais simples do que a pergunta sobre “quais as inovações do CPC no que concerne à reclamação”; (iii) usar de diferentes estilos, porque há examinadores mais ríspidos, que interrompem e problematizam o que já foi respondido.
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