As dicas da @senhoritalavoro são sempre muito precisas e contextualizadas. Eu me identifico muito com essa ideia de que a fase subjetiva é a mais difícil, inclusive quanto ao controle de tempo (não ir ao banheiro, por ex.) e a dor na mão! No texto, a Sarah continua a série de post sobre a sua trajetória e estratégias. Ela já escreveu sobre a escolha da carreira e a prova objetiva na parte 1. Vale muito a pena ler aqui no feed ou no blog (link na BIO), bem como seguir e acompanhar os posts da Sarah no @senhoritalavoro! Obrigado mesmo, Sarah!
Ultrapassada a fase objetiva, que só depende de você e do seu próprio estado de ânimo, vem para mim a mais difícil etapa do certame: a prova discursiva... isto porque há diversas variáveis (algumas alheias à nossa ingerência) como:
- a qualidade da sua escrita a mão e o Português (sim, acredito que um erro grosseiro pode te eliminar "de cara");
- a sorte nas questões propostas (exaurir as possibilidades do edital é uma meta inatingível);
- a sorte no momento e no estado de ânimo do examinador quando for corrigir a sua prova;
- perspicácia para entender o objetivo do examinador em cada tópico (expressões "chave" e artigos importantes);
- adoção da postura necessária para cada cargo, considerando a identidade do Órgão (uma mesma pergunta pode ter como resposta "correta" correntes absolutamente contrárias na Magistratura e MP por exemplo).
- diferenciar sua prova dos demais;
- exiguidade do tempo
Este último é um dos maiores desafios, sempre falta tempo, eu invariavelmente me dedicava muito mais a uma questão do que a outra até mais fácil, de mesmo valor, mas que estava no final da prova... tentava nem perder o tempo se ir ao banheiro.
A boa notícia é que dá para passar mesmo assim (ambos os concursos em que fui aprovada são o retrato do desespero: letra redondinha no começo e um garrancho no final). Entretanto, aconselho bastante para isto nao ocorrer, dividir meticulosamente o tempo e, se tiver estômago (eu não tinha) ler todas as perguntas antes para escolher por qual começar. Normalmente cada examinador corrige uma questão, então a ordem de resposta não faz diferença, e se você responder as que são mais fáceis no início, mais pontos garantidos.
Ademais, um caderno de temas importantes bem resumido (questoes controversas e correntes) para revisar antes da prova e bons auto textos (um ou 2 parágrafos gerais) sobre temas comuns, que sejam plásticos e chamem a atenção do examinador também são ótimos para começar a escrever algo decorado enquanto pensa na resposta em si.
No aspecto prático minhas mãos e braços sempre doíam, meus dedos tinham calos e não podia deixar as unhas crescerem, pois machucava a palma da mão (professora do maternal deve ter feito vista grossa para alguma anormalidade na forma em que seguro o lápis). Acontece com vc?? Normal.
Dados os obstáculos, a "solução" é treinar.... nao tem jeito: só assim vc ganha velocidade (no escrever e no pensar), ganha resistência (literalmente) e vai pegando o jeito tanto da prova quanto da instituição. Aqui é importante ter algum professor da sua confiança para correção individualizada - isto faz total diferença e sugiro alguém que tenha sido aprovado e tenha experiência no concurso que irá prestar. Estas correções demandam tempo e por isto não são baratas.... é como escolher seu médico ou advogado, não adianta ir pelo "preço"... variar os corretores também é interessante para você ter opiniões diversas - ver o que tem mais a ver com o seu estilo ou mesmo ir contra todas eles (fundamentadamente!!) Por que não?
Falando nisso, não perca os prazos e tire as suas dúvidas, aproveite a oportunidade que é fazer cada questão que será corrigida ... o professor está numa posição absolutamente privilegiada pois tem acesso a várias provas e estilos de alunos, além de experiência - não tenha medo. Aliás, medo ou vergonha de quê? Que bom que está errando ou passando aperto no treino e não na hora "h" eles servem para isso mesmo e o professor está do seu lado.
Coloque a mão na massa logo de início, nao espere a aprovação na primeira para começar a estudar para as demais.... os conhecimentos se complementam e regra geral, não dá tempo de uma fase para a outra!
As coisas começaram a dar certo para mim quando comecei a estudar todas as fases concomitantemente. Exemplo: seg a quinta objetiva, sexta discursiva e sábado prática... se estava perto da prova, estudava aos domingos (lembra da primeira parte do depoimento, em que o objetivo era passar o mais rápido possível? Então, concluí que quanto mais se estuda ... menos se estuda!!)
Após aprovado na primeira, o que já te diferencia pois o maior corte é feito lá - vá com tudo para a segunda fase pois, ultrapassada essa, a prova prática é bem mais previsível. Não desanime, estude e treine - dê o seu melhor independente do resultado final, pois é o único jeito de ficar em paz consigo mesmo.
Fica a terceira fase ou prática para o terceiro capítulo!! Senão vocês não aguentam... e nem eu!!! Rs
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