O meio do concurso é, como em qualquer área da vida, repleto de todos os perfis. Hoje falo de um perfil que eu via de vez em quando em grupos de whataspp para as provas subjetivas e até mesmo em cursos ou páginas de aprovados: o “terrorista”, ou seja, a pessoa que lança temas supostamente “prováveis” de serem cobrados que, mesmo sem esse propósito, têm o condão de desestabilizar a concorrência.
Por ex., já li mensagens de pessoas falando questões bem específicas, como um julgado do examinador de um caso concreto extremamente pontual, com incidência de regulamentos da receita e posição do CARF. Algumas pessoas interagiram com a mensagem, pedindo mais detalhes, artigos ou materiais que explicassem melhor etc. E a mensagem foi lançada em dia bem próximo da realização da prova.
Não estou entrando no aspecto ético, isto é, se a pessoa que lança a informação tem a intenção de desestabilizar ou se ela mesma está insegura com o ponto. O que quero dizer é que, estando vulnerável a qualquer especificidade que é lançada, o impacto psicológico é alto, de modo que acaba por DESVIRTUAR o estudo para a segunda fase, COMO SE só grandes pós doutores em tributário pudessem passar.
Assim, o grande desafio é saber usar os grupos de concurseiros de forma útil e saudável. No post passado, cheguei a mencionar que as informações trocadas podem ser norte do que pode ser cobrado, como a disponibilização de artigo recente do examinador. Ciente disso, eu buscava acompanhar os debates com certa dose de “distanciamento”, mantendo o estudo habitual de lei, doutrina e jurisprudência e dando apenas “atenção” especial àquilo que poderia ser considerado mais intrinsecamente ligado ao “perfil da Banca Examinadora”.
De fato, é tênue a linha entre o que é prognóstico de cobrança e o que é “terrorismo”, mas, mesmo assim, não é possível levar tudo o que é suscitado como realmente passível de cobrança, sob pena de o estudo beirar o infinito e a saúde mental ficar muito vulnerável.
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