Trajetória nos concursos - Maurício Arpini Quintana

By | agosto 30, 2019 Leave a Comment




Trago hoje a trajetória do Maurício Arpini Quintana, promotor do MPRS (aprovado no último concurso, finalizado em 2019). A saga do Maurício no concurso do MPRS - que era o seu maior desejo - é impressionante. Precisou da "sorte" do concurso atrasar para completar os 3 anos de prática jurídico. Foi reprovado no resultado inicial da prova oral. Ao final, com o provimento do recurso, ele e sua namorada passaram juntos no mesmo concurso! Aproveito também para destacar a guinada dos estudos que Maurício experimentou ao superar o estudo "passivo", o que, certamente, aumenta a eficiência nos concursos. Parabéns, Maurício!

Comecei minha trajetória nos concursos em março de 2015, com a inscrição em um curso preparatório anual e, nesse período, minha rotina de estudos consistia em: a) assistir às aulas; b) estudar na doutrina a matéria abordada pelo professor naquele dia; e c) estudar minhas anotações respeitantes à aula do dia. 

Ao cabo do ano de 2015, eu optei por me inscrever em outro curso preparatório, porque entendi necessários maiores aprofundamentos em algumas matérias.

Em março de 2016, realizei minha primeira prova de concurso, para Juiz de Direito do TJRS. A ideia era fazer a prova para ver em que nível me encontrava (já que eu cometia o erro crasso de não fazer questões), sem pretensão de avançar no certame. Para minha surpresa, eu acabei sendo aprovado para a segunda fase (depois, fui aprovado na prova discursiva e reprovei na fase das sentenças). A aprovação para a segunda fase do TJRS me sinalizou que algo do que fazia estava certo. Poucos meses depois, realizei a prova do MPSC, e fui reprovado na primeira fase.

No final de junho de 2016, foi publicado o edital para o concurso do MPRS, com prova objetiva marcada já para outubro. A notícia me deixou chateado, porque era o concurso mais visado por mim (tanto que eu havia me deslocado até Porto Alegre para assistir às provas orais e de tribuna do certame antecedente), porém eu certamente não teria completado os 3 anos quando da inscrição definitiva (e tampouco me sentia preparado para uma aprovação em um concurso desse porte).

Fiz a prova da primeira fase e, segundo o olho na vaga, seria aprovado para a fase discursiva. Contudo, a fase preambular foi anulada e remarcada para março de 2017. A despeito de entristecido por todo o investimento despendido para a prova, pensei que o atraso do concurso poderia ser uma forma de me permitir completar os 3 anos de prática constitucionalmente exigidos, além de propiciar uma melhor preparação.

Foi nesse momento que eu tomei uma das decisões cruciais na minha trajetória: eu decidi parar de assistir a aulas. Vejam: eu não estou dizendo que é ruim fazer um curso; pelo contrário, acho fundamental que, no início da preparação, faça-se um bom curso anual, a fim de poder direcionar de forma mais escorreita seus estudos. No entanto, com o tempo, o estudante começa a notar que a maior parte da exposição já é por ele conhecida, de modo que aquelas 4 horas poderiam ser mais bem aproveitadas pela leitura de um livro ou resumo do que simplesmente por um estudo passivo. Além disso, atualmente, apenas o conteúdo dado em aula não é mais suficiente para ser aprovado, sendo exigido do candidato conhecimento mais verticalizado, sobretudo em matérias como constitucional, penal etc. (a depender do concurso, é claro).

Então, contratei o Ciclos R3 para que eles dividissem o edital do MPRS ao longo de alguns meses, estabelecendo também dias para revisões. Isso feito, segui esse plano de estudos até ser aprovado na prova oral do MPRS (agora, fazendo um número alto de questões e lendo informativos pelo Dizer o Direito – aliás, deixo aqui meu agradecimento público ao Márcio, que, gratuitamente, nos presenteia com material de altíssima qualidade).

No fim de 2016, fiz concurso para o MPPR, tendo sido aprovado na primeira fase, porém violentamente reprovado na segunda (reprovei no segundo dos cinco dias de prova, com nota 1.7). Ali, eu notei que deveria aprofundar meus conhecimentos em algumas disciplinas e adaptei um pouco mais meus estudos.

Em março de 2017, realizei novamente a primeira fase do MPRS, tendo sido aprovado. Poucos meses depois também fiz prova para o TJSC e TJSP (fui aprovado em ambas as fases objetivas, mas não compareci para a segunda fase, porque não completaria os 3 anos a tempo e estava com muitos gastos). 

A segunda fase do MPRS acabou atrasando por conta da impetração de alguns MS, o que me beneficiou, já que permitiu que eu me preparasse mais e atingisse a tempo a prática jurídica. As quatro provas discursivas foram aplicadas em dezembro de 2017, e o resultando saiu em maio de 2018, com 101 aprovados dos cerca de 330 que realizaram a segunda fase. 

Realizei a inscrição definitiva, completando os 3 anos por pouco mais de um mês (parecia que aquele era o meu concurso). Veio, então, a prova oral, em outubro/novembro de 2018. No resultado preliminar, dos 101 candidatos, apenas 6 haviam sido aprovados, e eu não era um deles. Havia feito uma média de 5.69 (precisava de 6 para ser aprovado). Esse foi, certamente, o meu pior momento no mundo dos concursos. Depois de muita indignação e tristeza, decidi, por incentivo de meus pais e de minha namorada, Marina Casanova (que foi empossada neste mesmo concurso e estava entre os seis aprovados na prova oral), que iria até Porto Alegre buscar meu DVD e recorreria. Recorri das 8 provas, tendo obtido provimento em 7 dos meus recursos, o que me permitiu subir a média para 6.38. Aprovado na oral, realizei a prova de tribuna em março de 2019 e tomei posse em 05 de julho do mesmo ano, encerrando minha caminhada (com a felicidade adicional de fazê-lo ao lado de minha namorada, que trilhou toda essa trajetória comigo).

Ao longo de 2018, também realizei outras provas: MPBA (primeira fase foi anulada), MPMS (fui aprovado na primeira fase, mas não realizei a prova discursiva, por estar focado apenas na oral do MPRS), TJRS (em que fui aprovado nas provas objetiva, discursiva e reprovei na sentença cível) e Delegado/RS (em que fui aprovado nas provas objetiva, discursiva e oral, mas não fiz o TAF, por já estar aprovado no MPRS).

Aos que seguem nessa árdua jornada, eu digo: persistam! Não há um método para ser aprovado. Por mais pueril que pareça essa afirmação, muitos ainda acreditam que a descoberta de um método específico lhes fará obter a aprovação. Ao longo desses 4 anos, eu conheci muitos candidatos que lograram êxito  nos mais diversos concursos, havendo, entre eles, técnicas de estudo das mais variadas. Só uma coisa era uníssona: ROTINA. É preciso desenvolver uma rotina de estudos que seja passível de execução por alguns anos, estudando pelo menos algumas horas todos os dias. Boa sorte e fico à disposição para, dentro do possível, ajudar no que puder.


Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 Comments: