Hoje trago a emocionante trajetória do Filipe Freire Bezerra (@deltafilipe), Delegado de Polícia Civil da Bahia e aprovado para Delegado da Polícia Federal e para Delegado de Polícia Civil no DF. Filipe, assim como outras pessoas que já escreveram a trajetória aqui, veio de família bem humilde, de modo que o concurso se mostrava como forma de emancipação financeira (como foi para seus pais). Teve que conciliar estágio, faculdade com estudo para concurso para, em louvável jornada, alcançar a aprovação na carreira que sonhava. Vale a pena seguir seu perfil no instagram: @deltafilipe, no qual posta dicas de temas muito cobrados em provas. Parabéns pela história, Filipe!
Meu nome é Filipe Freire Bezerra, hoje exerço o cargo de Delegado de Polícia Civil do Estado da Bahia, aprovado no ano de 2013 quando ainda cursava o 8o período da faculdade, aos 21 anos. Mas até a provação ralei bastante! A vontade de ser concursado caminhou comigo desde o início da minha faculdade, porque os meus pais são servidores públicos e posso falar com toda certeza do mundo que são bem eficientes, fazem jus ao art. 37 da Constituição Federal. Meu pai, Claudilson, grande mestre em matemática, professor da rede pública estadual da Bahia e municipal da cidade onde nasci e minha mãe, Auxiliadora, professora e servidora da rede pública da educação estadual e municipal.
Eu não nasci filho de servidores públicos, pois meus pais, assim como eu, buscaram no serviço público um fator primordial: “A TRANSFORMAÇÃO”.
Meu pai era Camelô, vendia “artigos de moda masculina”! Minha mãe, mulher guerreira, era secretária em uma escola particular no bairro onde morava, secretária numa escola pública e, além disso, era uma ótima dona de casa. Tínhamos uma vida sem muito recurso ou luxo.
Essa situação perdurou até o momento em que eles sentiram a necessidade de dar uma vida melhor a mim e a minha irmã. Estudávamos em uma escola particular por bolsa e nossa casa só tinha 1 quarto para nós 4.
Depois dos meus pais conseguirem passar em concurso público, tive a oportunidade de ter televisão em casa, além de possuir uma nova casa onde pude desfrutar de quarto próprio.
Pulando a história alguns anos, ingressei na faculdade com a esperança de ser um grande profissional, mas ainda não sabia qual, apesar da certeza de saber que iria seguir na área dos concursos públicos. Nunca fui aquele aluno de destaque na faculdade, mas tentava fazer minha parte. Errei ao longo do curso por não ter feito minha base de estudo para concurso e tive que aprender com várias decepções.
A escolha de estudar para o Cargo de Delegado de Polícia veio no decorrer da faculdade quando ainda cursava o 4o período e me lembro que havia um professor Delegado Federal que contava seus feitos e aquilo me encantava, daí minha vontade de ser Delegado.
Minha primeira prova foi para Delegado de Alagoas e como esperado, levei ponto de corte, fiz menos do que 50% da prova. Logo depois saiu concurso para o TJ, analista, tomei ponto de corte, e então saíram várias outras provas e eu fui fazendo todas! Andava com aquele pensamento, vai que dar certo?
Bom, eu era aquele concurseiro que fazia todo tipo de concurso que saia, o que eu mais queria era ter um dinheiro certo e a dita “estabilidade”. Nesse meio tempo estagiava no fórum da cidade na vara cível, conheci pessoas importantes nesse tempo. Deram-me até um livro de presente de aniversário já que era aberto meu pensamento de ser Delegado de Polícia, todos queriam contribuir de alguma forma.
Em relação a minha rotina o que posso dizer é que era bem puxada. Tinha a faculdade, chegando a casa tinha uns 30 minutos para almoçar e logo depois seguia a pé para o trabalho. Eu não tinha carro, então eu tinha carona para ir a faculdade, voltava de ônibus ou a pé (4km) e depois seguia e voltava do trabalho a pé, eis o resumo. Utilizava a parte da noite e todos os intervalos que eu tinha na faculdade entre uma aula e outra para estudar! Depois resolvi largar o estágio para me dedicar à prova de Delegado de Polícia Civil da Bahia, e graças a Deus deu certo.
Assim, não perdi tempo, comecei a estudar de forma louca, “atirando para todo lado” e após várias reprovações, percebi que algo estava errado. Então parti em busca das listas dos aprovados de diversos concursos e fui atrás de cada um! Fui chato! E perguntei a eles como fizeram para estudar! Anotei tudo e fiz um diagnóstico do meu conhecimento, corrigindo meus erros. Percebi que eu tinha falta de ritmo, não percebia quais matérias haviam me tirado do concurso, assim, passei a incluí-las em meu planejamento com um grau maior de importância. Resultado: passei a ter o maior número de acertos!
Lembra que eu disse que havia passado no concurso quando cursava o 8º período? Pois bem, após ser aprovado tive que correr contra o tempo para me formar antes de iniciar o curso de formação que de acordo com o edital iria começar em data próxima, assim, não teria tempo hábil para finalizar a formação e me matricular na ACADEPOL.
Então fiz um requerimento na faculdade para poder fazer o 9º período e o 10o ao mesmo tempo e ter a possibilidade de ter meu cargo de Delegado de Polícia Civil. Quando chegou a data que estava prevista para os aprovados serem chamados a participar do curso de formação, o concurso foi suspenso por uma ordem judicial, que perdurou por 2 anos!!! E o que fiz nesse meio tempo? Continuei estudando e advogando, pois havia passado na OAB.
Veio o ano de 2015! Ano maravilhoso, pois logrei êxito na prova para Delegado de Polícia Civil do DF com 81 pontos na prova objetiva, estava estudando para a segunda fase, mas advinha! Fui convocado para o curso de formação para Delegado da Bahia, assim, tive que correr para achar apartamento na cidade finalizando em Janeiro de 2016 e minha nomeação saiu em dezembro de 2016, dando início ao trabalho como Delegado da Bahia em janeiro de 2017. Após toda essa jornada e com condições financeiras melhores, pude finalmente me casar com minha atual esposa, a qual esteve ao meu lado durante todos esses longos anos.
Em 2018 fiz concurso para Delegado da Polícia Federal, meu grande sonho, o qual passei em todas as fases e hoje aguardo para dar início a academia em Brasília.
Meu conselho para você concurseiro é: Trabalhe a paciência! Siga firme! Esteja preparado para os percalços que podem ocorrer no decorrer do concurso público, pois tudo que é feito com esforço e fé, no final dá certo.
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