Trago hoje a trajetória nos concursos do Eduardo Augusto Colombo Amado da Silva, aprovado para o concurso de promotor do MP-PR (2019) e para as carreiras de Analista e Oficial do MP-SP. Tive a enorme honra de conhecer o Eduardo no curso de prova oral. O Eduardo é uma pessoa que, em pequeno intervalo de tempo, já permite ao interlocutor perceber sua integridade e seriedade de propósitos. E a trajetória dele confirma muito bem isso! Começou nova faculdade em razão de sincero desejo pela carreira jurídica. Conciliou rotinas cansativas. Sofreu perdas familiares. Foi reprovado algumas vezes. E, ao final, foi aprovado na carreira pela qual já nutria admiração no início da faculdade. Parabéns pela emocionante trajetória, Eduardo! E obrigado pelas palavras! São muito mais eloquentes do que realmente mereço!
“... mas é uma década até ser Promotor ou Juiz. Parece que são 5 anos de faculdade mais 3 de atividade jurídica, no mínimo. Será que vale a pena? E se eu não passar?”. Esse era o dilema que pairava na cabeça de um jovem de 21 anos de idade, recém-formado em Educação Física e que dependia do trabalho próprio para “ser alguém”. Na verdade, embora sem fartos recursos, ele teve o principal: educação de base boa e apoio familiar. Esse jovem, no caso, era eu.
Embora gostasse de ser professor, o futuro me deixava inseguro. Percebi que tinha grande admiração por alunos que eram juízes, promotores, etc. Sempre queria saber mais sobre a rotina. Foi então que me inscrevi na faculdade de Direito (segunda faculdade), iniciando onde era possível (Unip), em 2011.
No começo, foi muito difícil: sentar novamente no banco da faculdade, deixar de dar aula a noite (o que implicava ganhar menos do que um professor já ganha), pagar a faculdade e o desgaste físico: por muito tempo, acordava 4h30 para abrir a academia, que ficava em uma cidade vizinha, passava o dia dando aula e à noite, ao invés de descansar, tinha que ir para a faculdade. Após a aula, ia para casa, dormia pouco e reiniciava a rotina. Tudo isso de moto, tomando sol, chuva e levando uma casa na mochila (comida, roupa, etc). Na sexta, era um zumbi.
Já no primeiro ano da faculdade, percebi que não aguentaria a rotina. Só que eu gostava de estudar. Também gostei do MP logo de início. Por coincidência, abriu Oficial do MPSP, em 2011. Me inscrevi, mas foi difícil estudar. As vezes tinha que me trancar no banheiro da academia para poder abrir o livro e estudar tranquilamente. Raramente estava em casa ou em um ambiente de estudo. Mas passei, tendo sido chamado em 2013. Daí em diante, pude respirar e não precisava mais acordar de madrugada. Já estava no terceiro ano da faculdade.
Como Oficial do MPSP, vi que o próximo passo era ser Analista. Era o quarto ano e era um concurso de nível superior. Como tivera concurso em 2013, calculei que o próximo seria dentro de 2 anos. Resolvi comprar livros das principais matérias e resumi-los. Uma matéria por dia, 30 pg/dia. Esse foi meu método. Precisava tirar a diferença para meus concorrentes, já formados. Eis que... Bingo! Abriu em 2015, enquanto estava no último ano da faculdade. Fiz e passei.
Tão logo peguei meu diploma, fui chamado, no início de 2016. A essa altura, já estava satisfeito, quando comparava com a vida que eu levava. Meia década passara desde o primeiro ano na faculdade. Mas eu tinha um propósito maior. Continuei o plano, mas não estudei muito naquele ano. Precisava respirar um pouco. Afinal, o tempo para alcançar atividade jurídica me deu tranquilidade, pois conseguiria isso como Analista do MPSP.
Inicialmente, foi um ano ótimo: conheci a minha futura esposa. Mas a vida já tinha dado sinais que nem tudo era fácil. Em uma tarde chuvosa, um carro girou na pista e nele estava meu único irmão. Com ele, perdi uma parte de mim. Não fazia mais sentido estudar, pelo simples motivo que nada mais fazia sentido. Demorei meses para retomar o estudo de forma substancial.
Rapidamente, casei e fizemos uma boa lua de mel. O fim da viagem foi um bom recomeço. Atualizei meus resumos e fiz a prova para membro do MPSP, meu primeiro grande desafio. Basicamente, reli meus resumos e incluí algumas matérias importantes para o cargo, como Difusos. Embora não tivesse atividade jurídica, fiquei por 5 pontos. Gostei do resultado, mas percebi que precisava incluir lei seca e jurisprudência no estudo (leia-se Dizer o Direito). Assim o fiz. Daí em diante, não fui muito organizado, mas estudava com regularidade.
No último ano antes de bater atividade jurídica, tomei a ótima decisão de fazer um cursinho (Vipjus). Passei para a segunda fase do MPMG e fiz ótimas amizades (PH e Mattos). Achei que daria, mas fui muito mal. Quando saiu o resultado (novembro/2018), eu estava inscrito para o TJSP (meu estado), mas queria ser Promotor. Era também o último dia de inscrição no MPPR, mas a prova era difícil e havia perdido a confiança. Me inscrevi, mas sem compromisso.
A reprovação por 13 pontos no TJSP (dez/2018) somada à do MPMG me tirou as esperanças do MPPR. Fiz a primeira fase em janeiro e fui para a praia, mesmo com a segunda fase dali um mês, pois eu não tinha chances... mas passei!
Cometi o erro de não fazer nenhum cursinho, mas consegui ser aprovado na segunda fase, após recurso. Ocupava a posição 48 de 50. Decidi, então, fazer o curso do CEI (essencial para o MPPR) e tomei a feliz decisão de fazer o curso do Júlio para a oral. Nesse tempo, reprovei por 2 pontos no MPSP, mas não me importava. Queria MPPR. Gostei da instituição e de Curitiba.
Confesso que tinha receio quanto ao curso do Júlio. Isso porque sou cético quanto a algumas coisas. Seria um coach? Falo bem. Fiz teatro quando adolescente e era professor. Sei dos meus limites, mas tenho consciência dessa qualidade. Ledo engano! O Júlio fez jus ao currículo e demonstrou como a linguagem humana é algo apaixonante. São ensinamentos para a vida! Sem esse curso, eu seria alguém com vontade, mas sem técnica. É como enfrentar o Mike Tyson muito motivado, sem jamais ter treinado. A analogia diz muito, rs.
O trabalho me garantiu não apenas a aprovação, mas o 2º lugar na oral. Saí de antepenúltimo para ficar entre os 10 primeiros. Agora, pela colocação, tenho a chance de ser Promotor mês que vêm e não daqui dois anos.
Enfim, já li muitos depoimentos e agora tenho a honra de escrever o meu. Quem está lendo escreverá daqui um tempo e assim por diante. No fundo, não mudei de objetivo. Como professor, queria melhorar a vida das pessoas. Agora tenho a oportunidade de fazer isso de forma “macro”: como Promotor de Justiça.
Também posso dizer, depois de uma década, que aquele jovem incerto sobre o futuro tomou a decisão correta, e que graças ao seu esforço e à ajuda de muita gente nesse caminho, deu certo! Não foi em vão. Valeu a pena!
Quanto aos métodos, o Júlio tem vários posts sobre isso, mas é como religião: as vezes um contradiz o outro, mas se cada um seguir o seu, tudo fica bem! E se você for desorganizado (um ateu, rs), tudo bem também. Era o meu caso.
Obrigado Júlio. Obrigado a quem me ajudou. Fiquem bem, pois vai dar certo!
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