Trago hoje a trajetória do Márcio Villas Boas (@mvbjuridico), promotor do MP-GO. A trajetória é emocionante, pois Marcos teve de adiar seus sonhos em razão do diagnóstico de câncer. Além disso, o relato evidencia uma postura extremamente inteligente: a preparação para a prova como um todo (todas as fases), ao invés do foco único e exclusivo na prova objetiva. Existem muitos concurseiros que conseguem sucessivos êxitos em primeira fase, mas que, diante do curto espaço de tempo entre a prova objetiva e subjetiva, não têm condição de se preparar a contento para as peças, sentenças e dissertações. Obrigado pelo relato, Márcio!
Olá, concurseiros. Me chamo Márcio Vieira Villas Boas, tenho 30 anos e sou Promotor de Justiça do Estado de Goiás.
Inicialmente, quero agradecer o convite feito pelo Júlio para compartilhar minha trajetória com todos vocês. Além disso, aproveito a oportunidade para deixar registrado minha admiração por sua brilhante trajetória nos concursos mais difíceis do Brasil.
O sonho de me tornar Promotor de Justiça começou na faculdade. Então, ao final do último semestre do curso, em 2012, defini minha bibliografia e deixei tudo pronto para iniciar os estudos após minha formatura. No entanto, faltando apenas a última semana de provas da faculdade, recebi o diagnóstico de câncer (Linfoma de Hodking). Precisei adiar meu sonho até estar completamente curado. Nessa fase de tratamento, iniciei a leitura de alguns livros, de forma leve, com o objetivo de ocupar a cabeça.
Comecei minha trajetória, efetivamente, em 2013. Fiz um ano de pós na FESMPDFT. Assim que finalizei o curso, com uma excelente base, selecionei minha a bibliografia base para concursos de MP. Em um ano finalizei a leitura e revisão de todas elas. Nesses dois anos eu trabalhava fora da área do Direito e estudava.
Desde o início, a minha estratégia foi fazer uma preparação focada nas fases subjetiva e oral e, após estar com uma base teórica sólida, focar 100% em primeiras fases. Essa minha escolha -consciente - me custou esperar dois anos para obter minha primeira aprovação em primeira fase.
Em 2015, passei na primeira fase do TJDFT. Apesar de estar diante de um concurso no meu estado, estudei somente sentença e não desviei do meu foco: MP. Obviamente, a conta chegou. Reprovei na subjetiva por 0,7, mas isso me mostrou que estava no caminho certo. Nesse momento, decidi sair do meu emprego, o que aumentou bastante a minha pressão interna.
Em 2016 saiu o edital mais esperado por mim: MPDFT. O meu sonho, no meu estado. Estava com uma boa bagagem, então, dei todo meu sangue até o certame. Corrigi o gabarito e estava acima do possível corte. Contudo, as anulações me derrubaram e reprovei na primeira fase por 1 ponto. Foi um grande tombo, difícil de recuperar, mas desistir nunca esteve nos meus planos.
Alguns meses depois, saiu o edital do MPGO. Apesar de estar inscrito, pensei em desistir da prova por sentir, naquele momento, que não era capaz. Fui fazer a prova e veio minha primeira aprovação em primeira fase de MP.
Chegou o momento de pensar na segunda fase. Busquei conhecer minuciosamente a banca e pautei meu estudo em revisar os pontos de predileção dos examinadores c/c treino de peças práticas, o qual já realizava antes da aprovação na segunda fase.
Neste momento do concurso, percebi o quanto minha estratégia compensou. Considerando que minha preparação sempre visou a prova como um todo (e não apenas para primeira fase), foi possível fazer um estudo para subjetiva e oral 75% focado em treinos/revisões e não em aprendizado.
Após meses de estudo intenso, chegou a tão sonhada vitória. Um momento inexplicável.
A dica mais importante que quero deixar para vocês: façam um estudo focado em todas as fases do concurso. Não adianta ser especialista em primeiras fases. ESTUDEM com regularidade e ACREDITEM na capacidade de vocês. Concurso Público não é para gênios e sim para esforçados.
Olhando para trás, vejo o quanto as abdicações valeram a pena. Não há nada como estar realizado diariamente. Desejo que todos vocês alcancem seus respectivos sonhos!”
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