Hoje trago a trajetória do amigo Diogo Taborda (@diogotaborda), promotor do MPRS e que passou em 1º lugar no concurso de 2014/2016. Tive a enorme honra de conviver com o Diogo: ele era/é promotor titular da unidade judiciária em que atuei como juiz no TJRS. Muito do que vislumbro como boa atuação de membro de Ministério Público - e que tento, na medida do possível, replicar enquanto Procurador da República - vi nele: dedicação, coragem, humanidade e competência! A trajetória reflete isso: de degrau em degrau dentro do MPRS alcançou o cargo de membro. E de acerto de pouco mais de 30% nas provas alcançou, ao final, a 1ª colocação. Obrigado pelo relato, meu amigo! Certamente irá inspirar muita gente! E deixo o convite a todos para seguir o perfil do Diogo, que não só fala de concurso, como também de dilemas e temas atuais afetos ao MP.
Recebi o convite do meu grande amigo e gênio jurídico, Júlio Almeida, para falar um pouco da minha trajetória até a aprovação no cargo de Promotor de Justiça do MP/RS. Por isso vou falar um pouco sobre como cheguei até aqui.
Sou natural de Bagé, cidade do interior do Rio Grande do Sul. Na época da faculdade, nunca consegui estagiar na área jurídica, pois eu era militar temporário e precisava trabalhar para me sustentar e pagar a minha faculdade. Após minha colação de grau, passei na prova da OAB. Porém meu sonho sempre foi passar em um concurso grande.
Em razão disso, quando saí do Exército, juntei um dinheiro para me manter e fiquei 2 anos só estudando para os concursos, cerca de 8 a 10 horas por dia na biblioteca da Urcamp, em Bagé. Também fiz os cursos da Rede LFG (que era a “top” da época) e passei a prestar as provas.
No início, quando realizava provas de concurso, tinha muita decepção, pois não acertava mais do que trinta por cento das questões. A partir daí, comecei a ver que estava estudando com o método errado. Não adiantava estudar apenas por livros de doutrina (que eram mais prazeros); tinha que fazer um misto de estudo dos manuais, resolução de questões, análise dos informativos de jurisprudência e leitura (e memorização) da letra da lei.
O resultado de todo esse estudo foi a elaboração de resumos próprios das matérias, que me possibilitaram ter uma capacidade de compilação ideal para aumentar o meu aproveitamento. Foi aí que consegui passar em 2º lugar na região para o cargo de Secretário de Diligências do MP/RS e em 1º lugar na região para o cargo de Assessor Jurídico do MP/RS, em 2012.
Mas já estava na hora de passar em um concurso top. Como já era assessor jurídico, tive que reduzir a minha carga horária diária de estudo, a qual passou a ser de 3 a 4 horas por dia, porém sempre de forma contínua. Me preparei e encarei o concurso de promotor. Já me sentia confiante, passei pela primeira etapa (objetiva), mas quando cheguei na prova discursiva rodei justamente na matéria que eu mais dominava, que era processo penal, pois subestimei as questões.
Aprendida a lição, surgiu a possibilidade de fazer o concurso de juiz. E lá fui eu, passando por todas as fases (objetiva, discursiva, sentença e oral). Cheguei ao final dentro das vagas do edital. Já fazia planos para ser juiz no RS (apesar de meu sonho ser sempre o de passar para promotor). Foi quando surgiu a nota de títulos e eu acabei saindo de dentro das vagas previstas no edital e ficando de fora. A decepção foi imensa e parecia que não seria o meu destino passar em um concurso grande.
Foi quando abriu novamente o edital para promotor no RS e eu, após engolir o choro, enfrentei este concurso com “sangue nos olhos”. A experiência e a quantidade de estudo obtidas ao longo de quase 10 anos de preparação me ajudaram a realizar o sonho de ser Promotor de Justiça no RS e, de quebra, passar em 1º lugar em 2016. Ao todo, foram 16 concursos prestados até atingir o objetivo. Por fim, posso dizer: com o foco necessário, o método correto de estudo e a resiliência necessária é plenamente possível realizar o sonho da aprovação.
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